Aqui vivo eu, num lugar calmo,
no meio da floresta, onde existem plantas e animais, onde existe ar fresco e
luz, onde existem lagos, nascentes e foz dos rios. Numa casa pequena, vivo eu,
sozinha mas feliz.
Aqui estou eu, no rio mais calmo da
floresta, onde existem peixes e plantas, borboletas e ervas. Aqui estou eu no
meio da floresta com os meus amigos e os animais. Aqui estou eu na minha casa a
dormir na minha cama.
Todos os dias quando acordo e depois de
comer, dou comida aos animais e rego todas as plantas dia e noite sempre que
for preciso. Os dias mais felizes da minha vida, são os que passo com os
animais a correr pela floresta, a brincar e a divertirmo-nos. Nestes dias
reparei, que viver sozinha pode ter sido uma boa escolha, sentir o vento fresco
a bater na minha cara e a pele fofa dos animais, cheirar as flores mais belas e
os bolos deliciosos, aqui vou viver para o resto da minha vida.
Hoje acordei, fiz a minha rotina, e à
tarde fiz bolos, queques, sandes, biscoitos, a comida favorita dos animais e
convidei os meus amigos para ir fazer um piquenique, já eu estava ao pé do rio
com os animais, esperámos um pouco até eles chegarem, quando chegaram coloquei
a comida em cima da manta e saboreámos o delicioso manjar que fiz, depois fomos
dar um passeio até ao topo da montanha mais próxima da floresta, ali o ar
fresco batia-nos na cara, era tão refrescante e tão bom sentir um vento assim
no verão. Voltei para casa com os animais, já estávamos muito cansados e fomos
dormir, esta noite eles dormiram comigo.
As semanas após o piquenique
foram simples, agora já era Outono, as folhas iam mudando de cor, as aves já
preparavam-se para imigrar e os outros animais preparavam--se para hibernar. Eu
passava os dias sozinha no quarto, a pensar porque é que eles não podiam ficar
na minha casa, pensei e pensei, e não me surgiu nenhuma boa ideia. Então, fui
passear pela floresta, e encontrei uns animais que não imigraram nem
hibernaram, eram pandas bebés, estavam sozinhos ao pé da árvore, pareciam
feridos, decidi levá-los para casa, curei as suas feridas, e pu-los na cama,
eles adormeceram. Fiquei contente, por ter arranjado companhia, mas sabia que
não iriam ficar comigo para sempre.
Quando acordaram, levei leite para eles beberem, eram tão fofinhos, mas
pareciam-me muito tristes. Durante 2 meses, brincamos, eu dava-lhes de comer e
divertíamo-nos. Mas aproxima-se o inverno, está mais frio, as folhas das
árvores estão a cair, a neve está chegar e o sol quase não aparece.
Durante 4 meses, tentei encontrar a família dos pandas, mas não tive
sorte. Felizmente a primavera está a chegar, as flores começam a nascer, a neve
a derreter, e a temperatura a aumenta, as aves voltam, e os animais acordam da
sua hibernação. Pensei que encontrasse a sua família, já que era primavera, mas
continuei sem sorte.
Um dia, quando fui brincar com os pandas bebés, encontrei os animais
todos que voltaram e os que acordaram, estivemos todos a brincar, foi muito
divertido, mas não tive a sorte de encontrar a família dos pandas. Todos os dias
tinha o mesmo objetivo. Até que um dia, a sorte chegou à nossa floresta, dois
pandas bem grandes, apareceram à nossa frente quando ia passear pela floresta
com os pandas, fiquei tão contente, mas tive uma pequena desilusão, não eram os
pais deles, eram os tios, mas apesar disso entreguei-os a eles. Os pandas e eu
ficamos grandes amigos, por eu ter cuidado deles durante aquele tempo todo.
A partir de então, a família dos pandas vem-me visitar todos os anos para
eu não sentir-me sozinha no outono e no inverno.
Oficinas de Escrita Criativa na Activ@Mente , Seixal - Páscoa de 2013
Sandra - 11 anos